terça-feira, novembro 14, 2006

Chá de Flop

«Vista pelo prisma de primeiro-ministro demitido, a crise política de 2004, que culminou com eleições legislativas antecipadas, foi fruto de uma "convergência objectiva de interesses" de quem tinha "outros planos para o país". Ao apresentar o seu livro sobre aquele período, o "menino-guerreiro" identificou dois dos protagonistas daquele "golpe constitucional": Cavaco Silva e Jorge Sampaio».
«Como se fosse um símbolo da crise política de 2004, Pedro Santana Lopes escolheu a solidão para cenário do lançamento do seu livro 2004 - Percepção e Realidade [...]. Nem a presença da sua editora, Zita Seabra, estragou a imagem de homem só. Propositadamente só. Todo o livro é, afinal, um produto exclusivo do seu autor: além do corpo principal que constituem as 424 páginas do livro, foi também Pedro Santana Lopes quem escreveu o prefácio e foi também ele quem o apresentou. E mesmo a capa - um difuso 2004 escrito a azul escuro sobre preto, com as palavras "percepções" e "realidade" a vermelho, sem fotografia - se não é da sua autoria, é do seu filho Gonçalo, designer profissional» (Público, 14.11.06).

Depois do que todos o viram fazer, ninguém se espanta que publique este livro, muito menos que, no lançamento do dito, se rodeie mais de jornalistas do que de amigos ou ministros do seu ex-governo. A questão perturbante é: alguém vai mesmo ler isto? Zita Seabra, acredita que será um best seller. Zita Seabra não atribui crédito ao que quer que seja, todos sabem.
Há muito que Santana Lopes não engana. Ninguém comprará na ignorância. Pensando bem, em caso de êxito, darei os parabéns ao país, pois, nessa circunstância, apenas poderá ocorrer-me que muita gente já leu tudo o que tinha para ler na vida.

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