sábado, dezembro 16, 2006

Protocolo e sofrimento I

Uma palavra de admiração para todos aqueles que, em situações discursivas formais, semi-formais e às vezes até quase nada formais, têm competência para se dirigirem, individual e devidamente, às «estruturas» presentes. Para aqueles, que, sem engasgos ou enganos, criteriosamente atribuem os «ante-títulos» a cada um dos importantes, não confundindo o digno com o digníssimo ou o venerando com a Sua Excelência. Nesses momentos, raramente perfeitos, sofro em silêncio. Perto de suster a respiração, temo um bloqueio do orador, o esquecimento de um Ministro ou de um Juiz Conselheiro. Há falhas que não têm perdão. E, sinceramente, há tarefas muito mais fáceis. Dada a palavra de admiração, outra de espanto para todos aqueles que consideram essas sofridas introduções fundamentais ou mesmo relevantes. O tempo é sempre limitado. Parece-me, pois, pouco racional, que metade do tempo atribuído ao discurso seja usado a cumprimentar as pessoas da primeira fila. Há protocolos que deviam ser atalhados. Este é cansativo e, quando os oradores são vários, quase patético. Mas isto, claro, sou eu que penso. Eu, que caibo sempre nos «a todos [se tiver sorte «e a todas»] os restantes presentes...».

5 comentários:

Anónimo disse...

Pois, pois! E organizar a mesa, (sem ofensa pela época que atravessamos) o "Presépio"? Quem fica ao centro, ao lado de quem, à esquerda ou à direita, obedecendo às regras de quem está acima dos mais abaixo, ou menos em cima ou mais por cima?. Complicado. E, depois o Sr. Bispo, a sua cadeira ligeiramente à frente da Mesa, mas à esquerda ou à direita? Terrível...
Post Scriptum (é assim que se latina?): Pelo SIM, que não pelo não, todos aos seus lugares, e, já que tem de ser "vamos a meças".
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Júlio

Anónimo disse...
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Pé de Tulipe disse...

E aquele que traz o carro escoltado por polícia e é visto parado à beira da estrada... Adivinha-se um telefonema a informar que ainda não estão todos presentes e serão poucos aqueles de pé à sua entrada... Quando resta tão pouco para brilhar ou marcar a diferença, há que que não deixar escapar o protocolo, não vão os outros esquecer-se quem é que afinal manda...

Anónimo disse...

E nas alegações finais nos julgamentos..."com a devida vénia meretissimo...começo por apresentar-lhe os meus respeitosos cumprimentos...ao senhor procurador... ao meu ilustre colega...sr funcionário e demais presentes...peço que este tribunal faça a acostumada justiça!!!" REDICULO!! Ass: siss

Anónimo disse...

Pois... ele há áreas um bocadinho piores do que outras, é um facto! ehehe