segunda-feira, novembro 06, 2006

Comércio injusto


Postal feito com batique


Entre as recomendações de excesso de zelo que, em regra, acompanham os turistas acabadinhos de aterrar em Moçambique, há uma que me chateia (mais do que as outras): não comprar artesanato sem regatear muito bem. Esta advertência chega a aparecer em guias turísticos sobre o país. Ora, o exagerado alimentar deste espirito cria situações que, no meu entender, em nada contribuem para um bom turismo:
  1. os preços são, de facto, altamente inflacionados (os vendedores estão impedidos de apresentar o preço justo, porque o comprador teimará em oferecer metade);
  2. comprar artesanato pode ser um inferno para quem, como eu, detesta regatear, mas gosta de comprar e a preços justos;
  3. os turistas chegam a regatear em lojas iguais às que têm em casa, onde jamais fariam tal figura;
  4. e, pior ainda, tantas vezes, perdem a noção, exibindo a façanha do preço tão baixo, esquecendo que o valor de troca não cobriu o paciente, e até artístico, trabalho de quem concebeu a peça.

(e compram-se quadros a preços altíssimos só porque a assinatura é reconhecida na Europa...)

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