quarta-feira, novembro 08, 2006

Injustiças sociais

Era curta a distância entre o restaurante onde paguei o almoço e o local onde passaria a tarde a trabalhar. À entrada da reunião, dou pela falta do porta moedas. Em escassos 300 metros, e com discrição suficiente para eu não perceber nada, alguém introduzira a mão na minha carteira e levara, numa espécie de jackpot, perto de 80 dólares, recargas de telemóvel, um cartão vodafone, um passaporte europeu, uma carta de condução, um cartão de eleitor, cartões multibanco. Não recuperei qualquer documento. Pedir novo passaporte não foi complicado, apenas caro, mas jamais esquecerei o drama de requerer visto de entrada no país onde já estava. Ainda hoje, ando com uma guia da carta de condução. Está sempre fora de prazo, já que é pouco prático, de três em três meses, atravessar um continente para levar com um carimbo da DGV. A velocidade de actuação desta instituição deixa francamente a desejar. Na altura, tive raiva de quem me causou tamanho transtorno, possivelmente alguém com quem regularmente me cruzo. É uma zona onde passo com frequência. Hoje, relembrando o episódio, só pode ocorrer-me um pensamento: enquanto me dirigia à dita reunião, alguém muito mais competente, esperto, rápido de raciocínio e certamente cauteloso estava desempregado.

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